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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Casca

E tudo volta ao tédio que sempre foi,
Pois as palavras já não encantam,
O coração já não balança
E os dias são todos iguais.

Já não me espanta o homem comendo o lixo,
Meus olhos já não se fecham diante a estupidez humana,
E a agonia de um cachorro atropelado, não me fere mais.

Criei a minha casca.
E tudo volta ao tédio que sempre foi.
No coração existe angustia,
E os dias são cenas mudas e em preto e branco.

Não posso ver aqueles que não veem o meu mundo.
Não posso falar, pois ninguém se importa em ouvir.
Então paro para observar a agonia daquele cachorro,
Em um belo por do sol de verão.

domingo, 19 de setembro de 2010


Um dia ele acordou,

Ficou imóvel e só observou
O vento que balançava a grama
O pássaro que beijava a flor.

Tocaram as cornetas.
E todas as faces se voltaram,
Pássaros no céu voaram,
Ao Festejar a chegada de uma nova era.

Tocaram os bandolins.
E as crianças rodopiavam
Com o Bum' grave do tambor
Ao embalar os corações descentes.

Fogos, risos, vozes.
Música! Muita Música!
A flauta produzia lindos arranjos
E não mais havia nada sem tamanha alegria.

Perceberam a vida contagiante!

Não é fácil de entender,
Também é difícil explicar,
Procurei você dentro de mim,
Mas não havia nada lá.

Procurei nos lugares que costumava te deixar.
Procurei na ponta do lápis,
Procurei no meu sangue,
Procurei na minha mente,
Mas não havia nada lá.

Aonde foi parar
A poesia que vinha me acalmar?
Procurei você dentro de mim,
Mas não havia nada lá.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Death


A memória me falha
E tudo o que sei é o que vejo.
Minha visão aguça os meus sentidos
Para um caminho desconhecido.

Percebo que o vento não circula,
Percebo que me falta o ar,
E os segundos acontecem lentamente.

Escuto a minha respiração
E olhando o céu infinitamente preto
É noite também no meu coração.

Meus olhos se fecham.
Cessa o amargo na boca,
Cessa absolutamente tudo
E me permito um caminho desconhecido.