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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012



Ela falou que queria viver.
Sorrir! Sem derramar lágrimas.
Que queria se sentir leve...
E se acalmar com um doce gole de vinho.

Cansada de tantas regras,
De frutas podres e pessoas inválidas.
Cansada de si mesma...
E com um insistente vazio no peito.

Faltava-lhe tanto ou quase nada.
Pro silêncio, não havia intérprete.
Pro mundo, não havia respostas.
Para a vida... ela buscava paz.

Por vezes, quis se perder e, de fato, esteve perdida. 
Na noite fria, o cigarro era prazerosa companhia
E ao som do solitário blues
Na estrada ela encontrava algo que queria.

Isolada do mundo, no meio do mundo.
Com tantos caminhos a escolher
Respirava e dava um trago mais fundo
E seguia. Seguir era  só o que ela queria, seguir, e seguir .. 
por aí .. 


Um comentário:

  1. As vozes e fumaça
    (Soluz – 05/08/2004)

    Aqui no ponto, esperando ônibus
    penso nas vozes e se as ouvirei.
    São pirilampos vocálicos e...
    Vêm de onde nem sei!
    Parecem querer revelar algo,
    mas sou pouco, não sei captar.
    Queimo o tabaco, reflito,
    percebo a fumaça a voar.
    Até essa fumaça, mais que desgraça,
    de graça a me consumir,
    lentamente se mostra maior
    e vai onde não posso ir!
    Mescla-se ao ar e ao sereno,
    na noite, em ritmo ameno.
    Mas se não escuto as vozes
    não me sinto absorto,
    devo, ainda, ser muito pequeno.

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