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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Morte

Não vivo à espera do fim,
mas sim, à espera do começo.
Daquele que vai me livrar do peso
de tentar ser um sujeito melhor.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O outro

Fui procurar em mim
O que me agrada no outro.
Certas coisas achei,
Certas coisas não captei.


Guardei em mim aquele olhar cheio de paz
E achei o meu bem querer bem.
Guardei em mim aquele jeito sereno
E achei o que há de mais simples na vida..


Achava que "tinha" o outro
Assim como o outro tinha a mim,
Mas fui surpreendida com o vazio
Em um mundo de falsas verdades.


Questionei-me um tanto entorpecida.
Eras face de um anjo, mas não sabia o que guardava.
Eras tão suave, mas não sabia que agredia.
Eras tão sublime, mas não fui capaz de absorver..


.. Eu vomitei tudo! ..

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Casca

E tudo volta ao tédio que sempre foi,
Pois as palavras já não encantam,
O coração já não balança
E os dias são todos iguais.

Já não me espanta o homem comendo o lixo,
Meus olhos já não se fecham diante a estupidez humana,
E a agonia de um cachorro atropelado, não me fere mais.

Criei a minha casca.
E tudo volta ao tédio que sempre foi.
No coração existe angustia,
E os dias são cenas mudas e em preto e branco.

Não posso ver aqueles que não veem o meu mundo.
Não posso falar, pois ninguém se importa em ouvir.
Então paro para observar a agonia daquele cachorro,
Em um belo por do sol de verão.

domingo, 19 de setembro de 2010


Um dia ele acordou,

Ficou imóvel e só observou
O vento que balançava a grama
O pássaro que beijava a flor.

Tocaram as cornetas.
E todas as faces se voltaram,
Pássaros no céu voaram,
Ao Festejar a chegada de uma nova era.

Tocaram os bandolins.
E as crianças rodopiavam
Com o Bum' grave do tambor
Ao embalar os corações descentes.

Fogos, risos, vozes.
Música! Muita Música!
A flauta produzia lindos arranjos
E não mais havia nada sem tamanha alegria.

Perceberam a vida contagiante!

Não é fácil de entender,
Também é difícil explicar,
Procurei você dentro de mim,
Mas não havia nada lá.

Procurei nos lugares que costumava te deixar.
Procurei na ponta do lápis,
Procurei no meu sangue,
Procurei na minha mente,
Mas não havia nada lá.

Aonde foi parar
A poesia que vinha me acalmar?
Procurei você dentro de mim,
Mas não havia nada lá.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Death


A memória me falha
E tudo o que sei é o que vejo.
Minha visão aguça os meus sentidos
Para um caminho desconhecido.

Percebo que o vento não circula,
Percebo que me falta o ar,
E os segundos acontecem lentamente.

Escuto a minha respiração
E olhando o céu infinitamente preto
É noite também no meu coração.

Meus olhos se fecham.
Cessa o amargo na boca,
Cessa absolutamente tudo
E me permito um caminho desconhecido.

terça-feira, 17 de agosto de 2010


Rabisco e Pinto,
Te moldo ao acaso,
Jogo pétalas de flores,
Te pego em meus braços.

Corto o ar e te envolvo nos laços.
Amasso, toco, retoco,
E nessa hora me viro
E me encontro sorrindo.

Repinto e respingo.
O azul, o vermelho, o amarelo e..
Atiro o meu vinho, vinho tinto,
Vinho que finalizo.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

E de repente meus olhos embaçam.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A menina agachada na esquina

Se deu conta que o tempo passou
E percebe quanta falta faz aquele olhar
Que antes brilhava só pra ela.

Ela se vê desamparada
E suas lágrimas juntam-se ao rio
Que passa em baixo de seus pés
Pelo canal da esquina vazia.

Seria o desejo de voltar a ter e ser tudo o que era?
Seria apenas a saudade daquele olhar antes só dela?

É certo que ela vai erguer a cabeça
E seguir em frente,
Mas deixe-a chorar um pouco.
Deixe-a viver esse momento sem ao menos uma palavra.

Como pode ser tão belo a água do rio e a água das lagrimas?